Eis aí um termo que parece não fazer sentido algum para quem não entende um pouco de mecânica. Afinal, quem é esse tal de “bloqueio de diferencial”? Para que ele serve? Será que tenho no meu carro? Bora lá descobrir…
O que é o diferencial?
O diferencial é o componente mecânico que compensa a diferença de distância que cada roda de um eixo percorre quando fazemos uma curva. Em outras palavras, ele compensa o lado interno do externo que percorrerão distâncias diferentes. Por meio de um sistema de engrenagens, o diferencial consegue compensar essa diferença. Se não fosse por ele, a roda interna acabaria derrapando pela necessidade de girar da mesma forma que a roda externa da curva.
E o que é o bloqueio do diferencial?
Se o diferencial é fundamental numa superfície plana em que as rodas entram em contato com o piso sempre, ele é um problema quando uma delas perde contato. A razão é que o sistema entende que a roda no ar precisa de mais torque e acaba reduzindo a força justamente no lado que necessita dele. O bloqueio faz com que essa regra deixe de valer, transferindo a força para a roda presa no chão.
Quando surgiu o bloqueio de diferencial?
As primeiras informações que se tem registro, vem de 1827, quando o francês Onesiforo Pecqueur inventou o conceito. Cerca de 110 anos depois, a Chevrolet fez um vídeo – em 1937 – para explicar como o sistema funciona.
A única maneira de fazer o carro se movimentar novamente, é impedir que o diferencial funcione, transmitindo a força do motor de modo igual para as duas rodas do eixo motriz. Com isso, o veículo vai se deslocar mesmo que uma das rodas patine. O bloqueio do diferencial é o sistema que permite que as duas rodas tenham a mesma força ao mesmo tempo.
Quando o bloqueio é utilizado?
Como mencionado anteriormente, o bloqueio de diferencial entra em vigor quando o veículo está em situações onde falta tração em uma das rodas. Quando ele é acionado de modo mecânico, as rodas esquerda e direita passam a ter velocidades exatamente iguais.
O que resolve bem situações de falta de tração: a roda que tiver mais aderência empurra o carro e ajuda a roda que escorrega a achar terreno mais firme. Usado no asfalto, o bloqueio poderia estragar os pneus, no caso mais leve, ou comprometer as engrenagens do diferencial do veículo.
No caso de modelos como a Fiat Strada Adventure Locker, o sistema usa o sistema de freios do veículo para frear eletronicamente a roda que patina. Com isso, a força desta roda é imediatamente enviada para a que tem aderência. Não é um recurso sofisticado como o bloqueio mecânico, mas atua da mesma maneira.
Existe mais de um modo de bloqueio?
Sim, quando um veículo que possui mais do que um eixo de tração, cada um deles necessita de um diferencial específico. Em veículos com tração 4×4, alguns deles utilizam um diferencial central, que equaliza a força distribuída entre cada um dos eixos. Onde há diferencial também pode haver bloqueio e não é raro veículos oferecerem três bloqueios de diferencial, como acontecia com o finado Land Rover Defender – que deve retornar em breve em nova geração.
Somente carros 4×4 se beneficiam do diferencial blocante?
O diferencial com bloqueio não serve apenas para carros com vocação off-road. Ele também serve para ajudar carros com pretensões mais esportivas. Nesse caso, o sistema utilizado é o diferencial autoblocante, que é composto por um sistema de acoplamento viscoso ou por embreagens.
Quando uma das rodas gira mais do que deveria, ocorre o acoplamento entre as duas, o que impede que todo o torque do motor fique em apenas uma das rodas. Em curvas fortes, se uma das rodas perder aderência e começar a girar em falso, o diferencial autoblocante atua. Com isso, a roda com tração continua a ter força e o veículo se mantém sob controle.
E como é a manutenção?
Como sempre recomendamos, verifique sempre o manual do proprietário para seguir as diretrizes impostas pela fabricante. No mais, como se trata de um sistema mais complexo e que atua com a dinâmica de direção do carro, sempre faça as revisões em centros especializados, e com peças genuínas.
Tanto para não perder a garantia, quanto para assegurar a qualidade que seu carro merece. Fora que você garante a sua segurança e a dos passageiros e dos demais motoristas.
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