A vela de ignição é um componente bastante conhecido mesmo por quem não é interessado por mecânica de automóveis. Responsável por gerar a centelha que dá início à combustão entre o combustível e o ar comprimido dentro dos cilindros, a vela é um item delicado e que precisa estar em boas condições para não se transformar em um causador de problemas para seu carro.
O que pouca gente sabe é que existe uma nova versão da vela de ignição que utiliza a técnica de rosca orientada, capaz de proporcionar eficiência do motor e economia extra de combustível. A tecnologia acaba de chegar ao Brasil pela NGK, uma das mais conhecidas empresas que produzem sistemas de ignição. Basicamente, a função do componente é melhorar a eficiência na queima de combustível e, consequentemente, a melhoria nos níveis de emissões de gases poluentes.
“As velas de ignição com rosca orientada estão presentes nos motores mais modernos, tanto no Brasil quanto na Europa”, explica Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da NGK do Brasil. O componente, que revolucionou o mercado de peças originais e de reposição, equipa os mais recentes lançamentos da indústria automotiva, como os novos modelos dotados de motor 1.0 TSI e 1.4 TFSI, da Volkswagen. Propulsores de veículos como Audi A3 1.4 16v TFSI também estão aptos para instalação.
No entanto, não basta correr até uma loja e trocar as velas convencionais pelo novo modelo. Para usar a nova tecnologia é preciso que os cabeçotes (parte superior do motor) também possuam a rosca orientada. A abertura dos eletrodos deve ficar voltada para o fluxo de combustível dentro da câmara de combustão. Isso resulta no melhor aproveitamento da mistura ar/combustível e, consequentemente, mais economia e aumento de desempenho.
“Pouco tempo atrás, a técnica de direcionar o eletrodo da vela era aplicada em veículos de alta performance e de competição. Agora, esta tecnologia já está disponível originalmente em alguns modelos nacionais de veículos”, explica o especialista.
“Ao contrário das velas de ignição convencionais, as velas com rosca orientada devem ser milimetricamente alinhadas à rosca do cabeçote, e a ação exige que o profissional da reparação sempre utilize um torquímetro, ferramenta que permite a aplicação do torque correto de aperto da vela”, salienta Mori. Para isso, é necessário seguir as especificações da engenharia da montadora ou consultar a NGK do Brasil.
Reparação especifíca
Em motores que possuem a tecnologia de rosca orientada é, sempre, necessário a aplicação de vela específica, uma vez que o uso de outras velas pode afetar o desempenho do motor, o consumo de combustível e, até mesmo, acarretar no acendimento da luz de injeção.
É importante lembrar que automóveis que que utilizam a tecnologia de rosca orientada não permitem reparos na rosca da vela no cabeçote, uma vez que, além de alterar a posição do eletrodo na câmara de combustão, a ação afeta a troca térmica entre a vela e o cabeçote. “Nestes motores, quando há danos na rosca da vela no cabeçote, o correto é a substituição do cabeçote do motor”, complementa Mori.
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