Um dos poucos representantes da categoria das minivans e uma raridade também na Fiat, o Idea teve pouco tempo de vida por aqui. Mas foi o suficiente para deixar sua marca e ainda criar versões como a minivan aventureira – a Idea Adventure. Vamos agora relembrar um pouco de sua história.
Punto ideal
Se por aqui a Fiat Idea utilizava uma plataforma mista, com partes do Palio e Punto, na Europa a minivan era um modelo feito diretamente sob a plataforma do Punto – assim como a Opel Meriva – Chevrolet Meriva – era feita na base do hatch Opel Corsa.
No mercado europeu, a minivan derivada do hatch Punto apareceu para os italianos em 2002. O visual era simples e simpático, com linhas bem retas e ampla área envidraçada – aumentando a sensação de espaço interno. E trazia um painel com um visual um tanto quanto exótico, mas cheio de porta-trecos e nichos para acomodar bugigangas e cluster central.
Diferentemente do mercado brasileiro, a Fiat Idea italiana ficou no mercado europeu de 2002 a 2012 praticamente sem grandes mudanças.
No mercado europeu, a substituta chegou em 2012 e vinha da família do pequenino 500 e que atendia pelo nome de 500L – que também ganhou um irmão aventureiro, o 500X. Além do 500X, a 500L ainda ganhou uma variante aventureira leve – a Trekking – e uma versão de 7 lugares a Living.
Ideal para o Brasil
Enquanto o mercado europeu recebia a Fiat Idea em 2002, com base no Punto e tinha um interior exótico, a Fiat Idea nacional, chegava em 2005 já como linha 2006 e dividia partes da plataforma com o Palio e Punto nacional, além de utilizar o mesmo painel da linha Palio.
O visual externo era idêntico ao da versão europeia, e incluía também o bom espaço interno e as medidas generosas – a minivan nacional tinha 3,93 metros de comprimento, 1,69 de largura, 1,68 de altura e 2,51 metros de entre-eixos. O porta-malas tinha 380 litros de capacidade, o que era bom se comparado com a média.
Um dos diferenciais em relação à concorrência como o Nissan Livina e o Honda Fit, era o fato de a minivan contar como opcional o teto solar panorâmico Skydome (que cobria 70% do teto). Além disso, a minivan tinha vidros laminados nas portas e sensor de estacionamento – algo que não era muito comum nesses modelos.
O interior, como dito anteriormente, era compartilhado com a família Palio, o que deixava a minivan com design bem mais agradável do que sua variante europeia. No quesito motorização, a Fiat Idea nacional vinha com duas opções – sendo a primeira o 1.4 flex de 81 cv com etanol e 80 cv com gasolina e torque de 12,4 kgfm, e a outra versão era o 1.8 de origem GM que rendia 114 cv com etanol e 112 cv com gasolina e torque de 18,5 e 17,8 kgfm respectivamente.
Ambas as motorizações ofereciam apenas câmbio manual de 5 velocidades. Com o motor 1.4 a minivan fazia o 0 a 100 km/h em 14,6 segundos e atingia a velocidade máxima de 161 km/h. Já com o motor 1.8, a minivan fazia o 0 a 100 km/h em 10,9 segundos e atingia a velocidade de 182 km/h.
Aventura Ideal
Em meados de 2006, a Fiat apresentava a versão aventureira da minivan Idea – a Idea Adventure. Em relação a minivan “tradicional”, a versão aventureira recebia um aumento na suspensão de nada menos do que 52 milímetros.
Fora esse aumento na suspensão, a minivan recebia caixas de rodas com aplique preto, e uma faixa nas portas também na mesma cor. A dianteira recebia um novo para-choque e grade maior e mais pronunciado. O para-choque também recebia faróis de neblina duplos, e um falso quebra-mato.
A traseira recebia mais apliques pretos e o estepe ficava pendurado do lado de fora, tal qual o Ford EcoSport. Por conta disso, a placa acabou indo para a base do para-choque. O painel vinha em dois tons e diferentemente das demais versões, contava com instrumentos auxiliares, como inclinômetro lateral e longitudinal e uma bússola.
Além disso, a minivan recebia o sistema de bloqueio eletrônico do diferencial, que comercialmente era conhecido como Locker, que era parte do sistema ELD – Electronic Locker Differential. Este sistema permitia ao condutor selecionar manualmente essa função para que a tração de uma roda patinando passasse para a outra, em terra firme, o que ajudava a sair dos atoleiros.
Porém, o sistema era limitado a 20 km/h e não funcionava bem quando acima disso, sendo necessário seu desligamento. Era um recurso interessante – tanto é que a Fiat ainda utiliza esse sistema na picape Strada – que está em vias de ser substituída. O motor era o mesmo da versão HLX – o 1.8 flex de até 114 cv.
Câmbio, desligo
Em 2009, a Fiat introduzia na minivan o câmbio automatizado Dualogic – primeiramente na versão mais cara – a Adventure. O câmbio permitia mudanças manuais e modo Sport, esse tipo de câmbio não tinha a função “creeping” e por isso não deslocava o veículo quando em Drive, sem acelerar. Da mesma forma, numa rampa, devia-se pisar no freio para manter o carro, pois ele virtualmente voltava, mesmo engatado.
Essa funcionalidade só foi introduzida algum tempo depois, na segunda geração do sistema, chamado Dualogic Plus. Fora isso, na linha 2009 a Fiat Idea ELX passou a utilizar o motor GM 1.8 Flex de até 114 cavalos.
Renovando as Idea
A primeira – e única – atualização de estilo da minivan, chegou em 2010, já como linha 2011, e trazia como novidades a dianteira que ganhava novos faróis com direito a bloco elíptico e para-choque mais dinâmico e moderno. Já a traseira trazia uma nova tampa para o porta-malas mais lisa e com apenas um friso que ostentava o logo da Fiat. A placa descia e agora ficava no para-choque.
As lanternas traseiras recebiam um novo desenho externo, e um design mais moderno internamente, com direito a luzes de LED – sendo o primeiro veículo nacional a ter um item assim de série. O interior recebia um novo volante, e um novo cluster para o painel de instrumentos.
A versão Adventure ficava mais parecida com um “SUV”, uma vez que agora os apliques eram maiores e reforçavam a aparência de veículo off-road. O estepe continuava pendurado na traseira, e ganhava um novo módulo de abertura, que ficava acoplado no para-choque. Já para 2011, a Fiat introduzia um novo motor – o 1.6 16v E.torQ – que rendia 117 cv com etanol e 115 cv com gasolina.
Esse “novo motor” era na verdade o antigo propulsor Tritec, que foi desenvolvido pela pela BMW e Chrysler para uso na MINI e PT Cruiser, respectivamente. Além do propulsor 1.6 16v a Fiat também desenvolveu o 1.8 16v que rendia 132 cv no etanol e 130 cv na gasolina. Esse motor é utilizado até hoje – salvo algumas melhorias – nas versões topo de linha do Fiat Argo, Cronos e versão de entrada da picape Toro e do Jeep Renegade.
Sporting chic
Se você nunca tinha visto uma minivan esportiva, nós te apresentamos a Fiat Idea Sporting. A versão foi exibida pela primeira vez em 2011, e passou a ser parte integral da gama Idea no Brasil. A versão esportiva, contava com o motor 1.8 E.torQ e podia ainda contar com o câmbio automatizado Dualogic.
No quesito visual, a minivan esportiva ganhava novas rodas de liga leve, máscara negra nos faróis e lanternas e adesivos alusivos a versão. No interior, a minivan recebia revestimentos em dois tons, com bancos personalizados em couro com o nome Sporting costurado.
Idea Sublime
Além das versões aventureira e esportiva, a minivan estreou em 2012 a versão Sublime, que focava em um visual mais refinado. A grade frontal recebia um friso, e os faróis de neblina ganhavam uma moldura cromada. Um novo tom de branco perolizado também era adicionado a esta versão.
Toda Idea tem um final
O ponto final da Fiat Idea chegou em 2016, quando a minivan deixava de ser produzida no país, sem deixar nenhum sucessor à vista. Desde então, a Fiat não teve mais uma minivan no seu portfólio, focando apenas em modelos menores e compactos.
Já no mercado europeu, a minivan foi substituída pela minivan 500L e pela variante aventureira o 500X – ambos derivados do 500. Futuramente, a Fiat deve desenvolver um SUV compacto que vai ocupar um posto vago deixado pela Idea, e no caso de quem precisar de mais espaço, um SUV de 7 lugares deve vir derivado da Fiat Toro, ou do braço norte americano – a Jeep.
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