Carros inesquecíveis

Carros inesquecíveis: Citroën C3

Citroën C3 (divulgação)

Um dos principais modelos que ajudaram a Citroën a crescer no Brasil – o C3 – chegou por aqui em 2003, e logo se tornou um dos modelos mais vendidos da marca francesa. Por dividir a mesma base do Peugeot 206, e vir com um pacote de equipamentos bem recheado, o compacto logo caiu no gosto dos brasileiros. E hoje, vamos contar um pouco de sua trajetória por aqui.

Citroën C3 (divulgação)

2001: Uma odisseia no espaço

No longínquo ano de 2003, a Citroën apresentava por aqui a primeira geração do seu primeiro compacto, o C3. O hatch compacto era fabricado em Porto Real, no Rio de Janeiro, e tinha um visual bem amigável e bastante ousado – usando e abusando de formas arredondadas, quase como uma cápsula espacial.

Citroën C3 (divulgação)

De início, o C3 vinha apenas com o motor 1.6 de 16 válvulas que entregava 110 cv e 15,4 kgfm de torque. Para poder se destacar perante os rivais de peso, como o Chevrolet Corsa, Volkswagen Gol, Fiat Palio e Ford Fiesta, o Citroën C3 contava com itens até então destinados a carros de categorias mais caras, como ar-condicionado automático, computador de bordo e painel digital. O pacote de equipamentos variava conforme a versão, GLX ou Exclusive.

Citroën C3 (divulgação)

O design era um dos pontos fortes do modelo. A frente era curta e baixa, e contava com faróis em formato de trapézio. A carroceria era bem arredondada, e os vidros laterais tinham uma certa curvatura, que dava charme ao modelo.

Citroën C3 (divulgação)

Na traseira, o modelo tinha altas lanternas triangulares, que davam personalidade e o destacava perante os rivais. O interior era bem construído, e tinha bom acabamento. Para o ano de 2004, a Citroën adicionava o motor 1.4 a gasolina que tinha 75 cv e 12,5 kgfm de torque – para ficar como modelo de entrada.

XTR

No final do ano de 2005, a Citroën preparava duas novidades para o C3. A primeira delas era a chegada do motor flex – tanto para o motor 1.6 que agora entregava 113 cv e 15,8 kgfm, tanto para o 1.4 de entrada que agora rendia 82 cv e 12,6 kgfm. A outra novidade era a versão XTR – uma espécie de versão aventureira para o compacto francês.

Citroën C3 XTR (divulgação)

Com a chegada da versão XTR, a Citroën almejava conquistar os clientes do CrossFox e companhia que estavam surgindo. Ele contava com para choques pintados de preto, bem como as caixas de roda e maçanetas e retrovisores pretos, para reforçar o aspecto aventureiro.

Citroën C3 XTR (divulgação)

As lanternas ganhavam novos elementos internos, o que ajudou o modelo a ficar em voga até meados de 2008, quando a linha C3 passou por um discreto facelift. A dianteira ganhava um novo para choque, enquanto a traseira mantinha o visual. Antes de trocar de geração, o C3 ganhou câmbio automático de 4 velocidades para o motor 1.6.

Design europeu com tempero brasileiro

Em 2012, a Citroën apresentava a segunda geração do C3, que estreava um design europeu com um tempero brasileiro. Enquanto a carroceria tinha o design semelhante ao do vendido no Velho Continente, a plataforma seguia sendo a da primeira geração. Já na Europa, o C3 trocava de plataforma – e adotava a plataforma do 208 a CMP.

Citroën C3 (divulgação)

O design fica mais agressivo, mas ao mesmo tempo ainda tinha uma forte conexão com a primeira geração – mantendo as formas mais arredondadas, mas com desenho mais retilíneo em alguns pontos. A dianteira continuava curta, e agora os faróis estavam maiores e tinham dupla parábola e um design mais anguloso do que o de primeira geração.

Citroën C3 (divulgação)

A traseira ganhava novas lanternas com desenho que agora invadia a tampa do porta malas e um friso cromado na base da tampa do porta malas – dando um ar mais sofisticado ao modelo. Já no interior, o C3 ficava mais moderno e refinado e ganhava um exclusivo para brisas Zenith – que aumentava a sensação de espaço interno.

Citroën C3 (divulgação)

Já debaixo do capô, o novo C3 apostava em um novo motor 1.5 para as versões mais caras e um motor 1.2 para as versões de entrada. Posteriormente, o motor 1.5 seria substituído pelo 1.6 de 118 cv e 2017, o hatch ganhava um câmbio automático de 6 velocidades, que substituía o antigo de 4 velocidades.

A queda de Napoleão

Já em meados de 2018, as vendas do C3 não iam muito bem, e a Citroën resolveu criar uma versão aventureira para o modelo, a fim de alavancar as vendas novamente. A estratégia até ajudou o compacto, mas não teve o mesmo sucesso da primeira geração que chegou a vender 40 mil unidades anuais.

Citroën C3 Urban Trail (divulgação)

Sem uma terceira geração – que foi apresentada na Europa em 2016 – as vendas do modelo por aqui estão bem abaixo do esperado pela marca. Atualmente, é possível encontrar um modelo 2002 na versão GLX com motor 1.6 com preço sugerido de R$ 11.456,00, segundo a tabela Fipe. Já um modelo 0 km parte atualmente de R$ 55.090,00 na versão Attraction com motor 1.2 e câmbio manual de 5 velocidades.

Bon Vivant

Enquanto por aqui o C3 continua na segunda geração, e com plataforma da primeira, as coisas estão diferentes para o modelo europeu. O compacto ganhou uma terceira geração, que tem um design mais agressivo, e lembra muito um mini SUV.

Citroën C3 (divulgação)

Agora o C3 tem os faróis separados das luzes de LED, criando um visual único e exclusivo para o modelo. As laterais, ganham os airbumps – do C3 Picasso – e o teto pode ser pintado de uma cor diferente da carroceria. A plataforma no caso, é a mesma do 208 europeu de primeira geração.

Citroën C3 (divulgação)

Já a traseira ganha lanternas pequenas e quadradas, dando um aspecto mais robusto ao modelo. O interior ganha um design mais retilíneo, e sofisticado. Segundo algumas especulações, uma terceira geração poderia ser feita no país, mas utilizando da plataforma atual, ou do Peugeot 208 atual e com forte inspiração no C3 AirCross europeu.

Citroën C3 AirCross (divulgação)

Sendo assim, a PSA – Peugeot Citroën – teria dois C3 – um para a América Latina e países emergentes e outro para o mercado europeu – mais refinado e completo. A versão vendia por aqui teria um visual mais europeu, mas usaria a plataforma antiga de segunda geração.