Um dos carros mais versáteis da Volkswagen, o Fox começou sua vida como uma alternativa ao Gol no Brasil. Por isso o modelo possuía características mais ligadas ao conforto que desempenho. O modelo também foi exportado para a Europa como sucessor do Lupo. Baseado na plataforma do Polo anterior, o Fox já está no mercado há 16 anos.
O Fox primeiro
Vale dizer que antes de lançar o hatch nos anos 2000, a Volkswagen também vendeu um outro Fox, baseado no Voyage e exportado para a América do Norte. O sedan recebeu melhorias no painel, acabamento e segurança para ser aceito nos Estados Unidos.
O motor também ganhava algumas melhorias para atender as rigorosas normas da América do Norte. O Fox – raposa em inglês – não durou muito tempo, abatido por normas de emissão de poluentes e segurança além de uma baixa aceitação.
Projeto Tupi
Já por aqui, antes de se tornar Fox, a Volkswagen cogitava utilizar o nome do projeto – Tupi – no projeto de Luiz Alberto Veiga. O designer também foi responsável por outros modelos como o Gol (gerações 2,3,4,5 e 6), Logus, Pointer e Polo Sedan, além de vários outros projetos nos estúdios da Volks na Alemanha.
O Fox foi o primeiro modelo naiconal a aproveitariar a arquitetura existente do Polo de 4ª geração – a PQ24 que depois se estendeu ao Gol e Voyage. Sendo assim, o hatch compacto aderiu a um visual mais alto como numa minivan, mas com proporções de um compacto.
Tanto é que seu slogan de lançamento era “compacto para quem vê, gigante para quem anda”. Ele tinha 3,8 metros de comprimento, 1,64 m de largura, 1,54 m de altura e entre-eixos de 2,46 metros.
O porta-malas comportava 260 litros – isso porque o modelo ainda contava com um sistema que permitia correr e rebater os bancos traseiros para aumentar o volume. O recurso, no entanto, acabou sendo motivo de um recall após casos em que os usuários tinha seus dedos decepados ao manuseá-lo.
O primeiro de seu nome
Segundo a Volkswagen, o Fox foi um dos poucos – para não dizer o único – projeto produzido especialmente para o nosso mercado que adotou o esquema de Designed Around the Passenger – ou projetado de fora para dentro – privilegiando o espaço interno antes do design exterior.
Desde o início, o hatch contava com motores flex – 1.0 e 1.6 – todos da família EA111. No início de suas vendas por aqui, a Volkswagen oferecia o hatch apenas com 2 portas, mas poucos meses depois passou a oferecer a opção de 4 portas também.
Dentre os concorrentes, o Fox era o mais confortável além de espaçoso e com boa dirigibilidade – por conta da posição mais alta dos bancos e do volante. O acabamento, no entanto, deixava a desejar pelos painéis de plástico e pelo cluster simplório – e que acabou usado na Kombi mais tarde.
Das Auto
Foi um dos poucos projetos bem-sucedidos que a filial brasileira da Volkswagen conseguiu colocar no exigente e concorrido mercado europeu. A ascensão a cidadania europeia aconteceu em 2005, com o Fox chegando na versão de duas portas, e com um novo desenho no para choque dianteiro, além de um volante inédito.
A ideia era de que o modelo substituísse o pequeno Lupo – nome que recebeu no México quando foi exportado – que hoje seria semelhante ao pequeno up!. Diferentemente do modelo nacional, o modelo europeu era mais equipado – por conta das exigências mais severas de segurança.
Ele também ganhava 3 novos motores – 1.4 de 69 cv turbodiesel, 1.2 de 54 cv a gasolina e 1.4 de quatro cilindros a gasolina de 75 cv. Destes motores, apenas o 1.4 veio anos depois para equipar a finada Kombi em versão flex. O modelo durou pouco tempo no mercado europeu, e acabou sendo substituído pelo up! posteriormente.
Cross
Se o Ford EcoSport foi o pioneiro nos SUVs compactos, o Volkswagen CrossFox foi o primeiro hatch aventureiro. Assim como a primeira geração do EcoSport, ninguém botava muita fé num carro com altura mais elevada do solo, com plásticos expostos na carroceria e estepe pendurado na tampa do porta malas.
Mas isso acabou se tornando tendência – exceto pelo estepe na tampa traseira – e as vendas foram altas. Um conceito foi apresentado no Salão do Automóvel de 2004, e chegou as lojas já em 2005. O modelo aproveitava o bom espaço interno e boa altura do modelo tradicional, adicionando apenas adereços que reforçavam o aspecto mais “aventureiro”.
Estava ali a receita de sucesso. Ele foi um dos modelos mais bem-sucedidos da Volkswagen, o que despertou outras montadoras a seguirem a receita. O hatch utilizava o mesmo motor 1.6 do Fox “civil” e câmbio manual de 5 velocidades.
Mas conforme o tempo foi passando, e novos modelos foram chegando ao mercado, a Volkswagen precisava se mexer para continuar em evidencia com o CrossFox. Ao longo dos anos, o pequeno crossover ganhou melhorias no design, motor mais potente – o atual MSI 1.6 – além de opção de câmbio automatizado.
Nos seus últimos dias de vida, ele acabou perdendo espaço para a enorme enxurrada de SUVs e crossovers que estavam brotando de todos os lados, e chegou a perder o nome “Cross” e o estepe na traseira para ter um visual mais “limpo”. Sua última versão agora se chamava Xtreme, e apostava num visual aventureiro sem ter que apelar para o estepe pendurado.
SpaceFox
O terceiro modelo da linha Fox foi a perua SpaceFox, que chegou ao mercado nacional em 2006 como opção familiar do hatch altinho. Uma curiosidade da perua, era que durante seu desenvolvimento existiram dois protótipos: um com as portas traseiras do Fox de 4 portas, e outra com as portas que conhecemos atualmente. Segundo o designer responsável, a segunda opção acabou se tornar mais viável, pois o estilo do outro conceito era muito arrojado para um Volkswagen.
Sendo assim, com o design final criado faltava apenas o nome. Se no Brasil a escolha foi pela denominação SpaceFox em outros mercados, como o argentino e o mexicano o modelo precisaria de um novo nome.
No caso do México, o hatch Fox se chamava Lupo, por conta que o presidente do país a época se chamava Vicente Fox, e a marca não queria associação com política. No caso da perua, ela não podia se chamar SpaceLupo por exemplo, por isso recorreram ao nome de Sportvan – que basicamente é o termo que define a perua derivada do Fox. Já na Argentina, a perua acabou adotando o nome de Suran – uma vez que já existia a Sharan, uma minivan de fato.
Fora esses contratempos, a Volkswagen SpaceFox teve seus dias de glória, e acabou por eliminar a Parati – perua derivada da linha Gol – por conta de ter a mesma proposta e por ser derivada de um projeto mais novo. Ela também chegou a receber uma versão “aventureira” a SpaceCross, além ganhar o motor MSI e câmbio automatizado.
Acompanhando o Fox nas reestilizações, a perua durou até 2018 e deve deixar a linha de produção para dar lugar ao novo SUV Tarek. Diferente do seu irmão que era produzido por aqui, a perua era importada da Argentina.
Fim de vida
Mesmo com as reestilizações, atualizações nos motores e nos pacotes de equipamentos, o Fox foi cada vez perdendo mais espaço dentro da própria Volkswagen, ainda mais com a chegada da 5ª geração do Gol em 2008. Além disso, o hatch sofreu quedas nas vendas quando a marca começou a produzir a atual geração do Polo – que utiliza a plataforma modular MQB.
Segundo a Volkswagen, o Fox deve continuar em linha até meados de 2020, quando deve ser substituído pela nova geração do Gol que deve ganhar a plataforma MQB do Polo mais simplificada.
Atualmente, é possível encontrar o modelo 0 km por preços que partem de R$ 50.990 reais na versão Connect com motor 1.6 MSI e podem chegar até R$ 56.090 reais na versão Xtreme – que tem o visual do antigo CrossFox, só que sem o estepe. E no mercado de usados, o Fox pode ser encontrado com valores partindo de cerca de R$ 11.000 no modelo 2003/2004 e podem chegar até R$ 50 mil no modelo 2018/2019.
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