No início dos anos 2000, um europeu pode comprar um Ford Fusion muito antes do sedã aparecer na América do Norte e mesmo no Brasil.
A diferença é que o carro vendido entre 2002 e 2012 e produzido na Alemanha não tinha nada a ver com o modelo que foi lançado em 2005 e produzido até hoje no México. A versão europeia era uma minivan com cara de Fiesta e jeito de EcoSport urbano.
Mas não é de hoje que as montadoras usam o mesmo nome e carros que nada tem a ver. E também trocarem suas denominações embora mantendo a mesma base. Confira a seguir alguns casos:
- Ford Maverick
Para quem nasceu na década de 1970, deve conhecer ou conheceu alguém que tinha um Ford Maverick. Um muscle car que veio para brigar com as versões mais nervosas do Chevrolet Opala e Dodge Dart nacionais. Acontece que o nome não é exclusividade do muscle car.
Anos mais tarde, a Ford voltou a usar novamente o nome Maverick, mas dessa vez em nada lembrava um esportivo. Ele foi usado numa versão adaptada do Nissan Patrol, que ganhou as ruas da Austrália na forma de um SUV. Já entre 1993 e 1999, a Ford voltava a usar esse nome, só que agora na Europa.
O SUV em questão agora era um Nissan Terrano II, que ganhava o nome Maverick, e tinha versão de 2 ou 4 portas. Anos mais tarde, outro SUV ganharia esse nome, agora uma versão Ford do Escape, que atendia pelo nome de Maverick.
- Fiat Strada
A popular picape da Fiat que apareceu por aqui em 1996, repetiu o nome de um modelo que antes era restrito apenas ao mercado europeu. O carro em questão era o Fiat Ritmo, que dependendo do lugar da Europa, também era conhecido como Fiat Strada.
Na Europa, ele era um hatch médio que antecedeu o também médio Tipo. O Fiat Strada chegou a ser vendido no mercado norte americano. Mas antes de ser usado o nome Strada, foi cogitado usar o nome de batismo, Ritmo.
Porém, existia uma marca de absorventes muito famosa nos Estados Unidos, e para não ter briga judicial, a Fiat decidiu vender o Ritmo como Strada. O mesmo aconteceu com as vendas na Inglaterra, que inclusive ganhou uma inédita versão Abarth com 130 cv.
- Ford Figo
Esse aqui vai bagunçar um pouco a sua cabeça. Nós brasileiros conhecemos ele por Ford Ka, os indianos por Ford Figo, e ele ainda podia ser confundido com o Ford Fiesta. Mas vamos aos fatos. O Ford Ka e Figo hoje são basicamente o mesmo carro, mas com nomes diferentes.
Antes do Ka atual ganhar essa terceira geração, a Ford Índia pegou o Fiesta Rocam, remodelou a dianteira, e rebatizou de Figo. Ao ganhar a nova geração, derivada do Fiesta europeu, o nosso Ford Ka, foi vendido na Índia como Figo – para substituir o antigo.
Isso porque na Europa o Ka ganha um “+” ou “plus” como é chamado no final – assim como era chamado a versão sedã por aqui antes do facelift. Em suma, temos 3 versões do mesmo carro com nomes diferentes.
- Chevrolet Cobalt
Um velho conhecido nosso, mas que tem seu nome derivado de um esportivo. Estamos falando do sedã Cobalt. O modelo que conhecemos aqui que deriva da linha Onix e Spin, teve o nome vindo de um sedã e cupê esportivo, fabricado nos Estados Unidos entre 2004 e 2010.
Na terra do Tio Sam, o Cobalt era vendido nas carrocerias sedã e cupê, além de ter uma plataforma mais moderna do que a do nosso Cobalt. Dentre as maiores diferenças, podemos citar que a versão original ganhou até uma versão SS com o motor 2.0 Turbo Ecotec de 260 cv.
Já desse lado, tivemos apenas acesso aos motores 1.4 e 1.8 que eram compartilhados com o Onix e Spin. Antes de receber o facelfit, o Cobalt era o patinho feio da Chevrolet. Com a harmonização facial, o sedã ficou mais elegante, mas nunca teve um motor turbo.
- Citroën C2
Pouco conhecido dos brasileiros, o Citroën C2, foi durante um tempo uma espécie de Up! da Citroën para o mercado europeu. Ele ficava abaixo da linha do C3, como modelo de acesso da marca francesa.
Sua primeira geração até ganhou uma versão esportiva chamada de C2 VTR. Já a sua “segunda geração” foi vendida exclusivamente na China, mas com uma aparência e plataforma completamente diferente do modelo original.
A base do novo modelo era a do Peugeot 206, que ganhava uma nova dianteira e traseira, e uma versão com 4 portas. O novo Citroën C2 não durou muito tempo, mesmo com uma versão “esportiva” VTS.
- Fiat 147
Esse caso, o nome foi usado em dois modelos diferentes, mas pertencentes à mesma família. Estamos falando do Fiat 147, que foi o primeiro carro da Fiat produzido por aqui, e de seu conterrâneo, o Alfa-Romeo 147, que era um hatch médio europeu.
O Alfa-Romeo veio nos anos 2000, e logo no ano seguinte já conquistou o prêmio de Carro Europeu do Ano. Por aqui, o Fiat 147 foi o precursor dos carros movidos a etanol. E ainda teve a oportunidade de estrear a fábrica da Fiat em Betim.
- Mercedes-Benz 600
Nesse caso, um sedã de luxo da Mercedes-Benz divide o mesmo nome que o compacto derivado do Fiat 500. Estamos falando do Fiat 600, que era a versão “maior” do pequeno 500, vendido na Europa. Já na Mercedes, o nome 600 estava associado a série do sedã maior e mais luxuoso da marca.
O enorme sedã contava com nada menos do que 6,24 metros de comprimento na sua versão longa, e 5,54 metros na versão curta. Enquanto que o pequenino da Fiat tinha 3,22 metros e um motor de 633 cm³. Coisa que no Mercedes, pulava para um enorme V8 de 6.3 litros.
- Chevrolet Caravan
Um nome já muito conhecido dos brasileiros que viveram nos anos 1980 e 1990, também estampou a traseira de outro modelo. O nome em questão é Caravan, que dependendo da marca, é sinônimo para perua.
Por aqui conhecemos esse nome como a versão perua do saudoso Opala, que até uma versão SS teve. Já os norte-americanos conhecem esse nome de uma minivan da Dodge – a Grand Caravan. Ou da sua conterrânea, a Chrysler, com a também minivan Grand Caravan.
- Fiat Fiorino
Aqui o caso é mais simples. A Fiat tem o Fiorino, que antigamente era derivado do 147, e conforme os anos foram passando, ele adotou a plataforma do Uno e é assim até hoje. E como a FCA – Fiat Chrysler Automobiles – é dona do maior conglomerado norte americano – Chrysler, Dodge, RAM e Jeep, decidiram levar o nosso Fiorino para outros mercados.
No México, ele é vendido sob a bandeira RAM, com o nome de ProMaster Rapid, e só ganha os logos da marca norte americana. O mesmo acontece com o Grand Siena que é vendido como Dodge Forza, além de outros modelos que receberam um novo nome de batismo.
- Chevrolet Cruze
O Chevrolet Cruze, de geração atual é baseado na mesma plataforma do Opel Astra, que também tem uma versão sedã. Mas depois que a Opel foi inserida no Grupo PSA – Peugeot-Citroën – a Holden, braço australiano da Opel, teve que recorrer ao Chevrolet Cruze para dar vida ao sedã do Astra.
As maiores diferenças entre o modelo australiano e o norte-americano ficam por conta de um novo para choque dianteiro, que tem desenho semelhante ao do Astra europeu, além dos logos e da direção de mão inglesa. Fora isso, ele continua igual ao modelo que os norte-americanos, e nós conhecemos por aqui.
Comente