Um dos modelos mais queridos e emblemáticos da Chevrolet no país, na verdade era um projeto alemão da antiga subsidiária europeia da GM, a Opel. Estamos falando do Astra que por aqui conhecemos como Chevrolet Astra. Ele nasceu em 1936 como Kadett – outro velho conhecido nosso. Vamos relembrar um pouco de sua história e curiosidades nos anos em que foi vendido por aqui.
Opel Astra
A princípio o Chevrolet Astra chegou no país importado da Bélgica, nas versões hatch e perua. O modelo tinha a mesma aparência da sua versão europeia, com exceção para o logo da Chevrolet que substituía o “raio” da Opel.
O Chevrolet Astra era bem completo e em pouco tempo se tornou referência em conforto e itens de série. Um fato curioso é que o modelo trazido nessa época era o feito pela Vauxhall, braço britânico da Opel, por conta do friso que possuía um “V” que acomodava melhor o logotipo redondo da Chevrolet. Os modelos equipados com airbags, vinham com o logotipo da Opel.
Praticidade e conforto
A segunda geração do Chevrolet Astra começou a ser fabricada por aqui em 1998, na fábrica de São Caetano do Sul – São Paulo – e assim como acontecia na Europa, o nosso Astra ganhava mais tecnologia, espaço interno e conforto. Agora o modelo médio contava com um motor 1.8 que gerava 110 cv nas versões de entrada e um 2.0 de 112 cv na versão topo de linha.
Ele também foi um dos primeiros modelos a ganhar direção eletroidráulica, além de oferecer como opcional os airbags e lanternas translúcidas – algo novo no mercado nacional. Além das versões de duas e quatro portas, o Astra também ganhava uma versão sedan que privilegiava ainda mais o conforto e espaço para os ocupantes e suas bagagens.
Assim como sua primeira geração, o Astra trouxe para o país a versão GSI, em 2003, que tentava resgatar sua aura esportiva. A versão GSI usava o motor 2.0 16v que rendia 136 cv e 19,2 kgfm de torque. Sua velocidade máxima era de 203 km/h e fazia o 0 a 100 km/h em apenas 9,1 segundos.
Já em 2004 a Chevrolet apresentava a linha 2005 do Astra que ganhava entre outras novidades, um novo conjunto frontal, além de ganhar a tecnologia bicombustível para o motor 2.0 que agora rendia 121 cv na gasolina e 127,6 cv no etanol. Em outubro do mesmo ano, a Chevrolet apresentava seu primeiro veículo com capacidade para ser abastecido com álcool, gasolina e gás natural, tudo isso graças a um sistema desenvolvido em parceria com a Bosch.
Sistema semelhante, seria oferecido anos mais tarde no Fiat Siena, que se gabava por conseguir utilizar 4 tipos de combustíveis – álcool e gasolina, gás natural e gasolina pura.
Fim de vida
Sem grandes mudanças estéticas – apenas algumas versões especiais como a SS que mantinha o mesmo motor 2.0 flex – o Astra ficou estagnado perante a concorrência que a cada ano se atualizava e se modernizava. O modelo saiu de linha depois de 12 anos de vendas e cerca de mais de 300 mil unidades vendidas em solo nacional.
Vectra travestido de Astra
As versões hatch e sedan do Astra acabaram sendo substituídas pelo novo Vectra nas mesmas configurações, mas sem o apelo da linha GSI por exemplo. Uma curiosidade sobre esse Vectra apresentado em 2005 era o fato de ser a nova geração do Opel Astra na carroceria sedan que já era vendida no Velho Continente, e a versão hatch do Vectra – que aqui conhecemos como GT e GT-X – era literalmente um Opel Astra na versão de 4 portas.
Posteriormente ao Vectra, seu sucessor direto foi o Chevrolet Cruze, que também utilizava um pouco de tecnologia da Opel, uma vez que deriva da mesma plataforma e tinha versões hatch na Europa, que pouco tempo depois seria vendida aqui como Cruze Sport6. Com um design musculoso, angular e linhas retas nos faróis, o Cruze era tudo o que o Astra deveria ser para o mercado sul-americano.
Inicialmente vendido na carroceria sedan, e com a opção de motorização de 1.8 litros e 140 cavalos na gasolina e 144 cavalos no etanol, o motor Ecotec alcançava bons 18,9 kgfm de torque. Já no interior, a GM apostava na ideia de cockpit, como já era visto no Corvette, por exemplo.
Cruze, o descendente
Atualmente, o Chevrolet Cruze está na sua segunda geração, que conta com mais tecnologia, como o novo motor 1.4 turbo flex que gera até 153 cv e 24,5 kgfm de torque, além do câmbio automático de 6 velocidades. As versões hatch e sedan estão prestes a receber um facelift que foi recentemente apresentado nos Estados Unidos, e que deve chegar por aqui já no segundo semestre.
A linha Cruze atual tem tudo para suceder ao Astra sem deixar de entregar tecnologia, conforto e potência na medida certa. E como agora a Opel foi incorporada ao Grupo PSA, talvez tenhamos a chance num futuro não tão distante de ter novamente um Astra rodando por aqui, mas desta vez sob sua bandeira de origem, a Opel.
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